A amamentação é um processo natural e benéfico para a saúde da mãe e do bebê, mas também pode apresentar alguns desafios e dificuldades. Neste artigo, vamos abordar algumas dicas, técnicas e soluções para os problemas mais comuns relacionados à amamentação, baseados em evidências científicas e recomendações de especialistas.
Dicas para uma amamentação bem-sucedida
Algumas dicas que podem ajudar a mãe a ter uma amamentação bem-sucedida são:
Amamentar o bebê logo após o nascimento, preferencialmente na primeira hora de vida, para estimular a produção de leite e o vínculo afetivo.
Oferecer o peito sempre que o bebê manifestar fome, sem horários rígidos, respeitando o ritmo e a demanda da criança.
Amamentar o bebê exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade, sem oferecer água, chás, sucos ou outros alimentos, pois o leite materno é suficiente para hidratar e nutrir o bebê.
Manter a amamentação após os 6 meses, junto com a introdução de alimentos saudáveis e adequados à idade, até os 2 anos ou mais, conforme o desejo da mãe e do bebê.
Evitar o uso de bicos artificiais, como chupetas e mamadeiras, pois podem causar confusão de bicos e interferir na pega e na sucção do bebê.
Ter uma alimentação saudável, variada e equilibrada, evitando alimentos condimentados, alcoólicos ou que possam causar alergia ou intolerância ao bebê.
Beber bastante água e outros líquidos, como sucos naturais, chás e leite, para manter a hidratação e a produção de leite.
Buscar apoio emocional de familiares, amigos, profissionais de saúde e grupos de apoio à amamentação, para tirar dúvidas, compartilhar experiências e receber ajuda nas tarefas domésticas².
Procurar orientação médica sempre que sentir dor, desconforto, febre, vermelhidão, inchaço ou secreção nas mamas, pois podem ser sinais de infecção ou inflamação.
Técnicas para uma amamentação eficaz
Algumas técnicas que podem ajudar a mãe a ter uma amamentação eficaz são:
Escolher um local confortável, tranquilo e com boa iluminação para amamentar, usando almofadas, travesseiros ou cadeiras que apoiem as costas e os braços.
Lavar as mãos antes de amamentar e evitar o uso de sabão, álcool ou outros produtos nos mamilos, pois podem ressecar e irritar a pele.
Posicionar o bebê de forma que o corpo dele fique alinhado com o da mãe, com a cabeça e o tronco virados para o peito, e o queixo e o nariz encostados na mama.
Segurar a mama com a mão em forma de C, colocando o polegar acima da aréola e os outros dedos abaixo, sem apertar ou obstruir a saída do leite.
Estimular o reflexo de busca do bebê, tocando o mamilo no lábio inferior dele, e esperar que ele abra bem a boca, como se fosse bocejar.
Colocar o bebê para mamar, fazendo com que ele abocanhe o máximo possível da aréola, e não apenas o mamilo, para que ele possa sugar o leite de forma eficiente e evitar machucados.
Observar se o bebê está mamando bem, verificando se ele faz movimentos ritmados e coordenados de sucção, deglutição e respiração, se ele está relaxado e se ele solta o peito espontaneamente quando está satisfeito.
Alternar as mamas a cada mamada ou durante a mesma mamada, oferecendo primeiro a mama que o bebê mamou por último, para garantir que ele receba o leite anterior e o posterior, que têm composições diferentes.
Colocar o bebê para arrotar após a mamada, segurando-o em pé, apoiado no ombro ou no colo, e fazendo movimentos suaves nas costas dele, para evitar que ele regurgite ou engasgue.
Extrair manualmente ou com bomba o excesso de leite, caso as mamas fiquem muito cheias ou doloridas, e armazenar o leite em frascos limpos e esterilizados, para doar a um banco de leite ou oferecer ao bebê quando necessário.
Solução de problemas relacionados à amamentação

Alguns problemas que podem ocorrer durante a amamentação e suas possíveis soluções são:
Ingurgitamento mamário: é o acúmulo de leite nas mamas, que ficam endurecidas, quentes e doloridas. Pode ocorrer nos primeiros dias após o parto, quando o leite “desce”, ou em qualquer momento da amamentação, quando há uma produção maior do que a demanda do bebê.
O que pode ser feito: amamentar o bebê com frequência, sem limitar o tempo de mamada; massagear as mamas durante a mamada ou a extração do leite; aplicar compressas frias nas mamas após a mamada, para aliviar o inchaço e a dor; usar sutiãs adequados, que não apertem as mamas.
Fissuras ou rachaduras nos mamilos: são feridas nos mamilos, que podem sangrar e causar dor intensa. Geralmente, são causadas por uma pega inadequada do bebê, que suga apenas o mamilo e não a aréola.
O que pode ser feito: corrigir a pega do bebê, observando se ele abocanha bem a aréola; variar as posições de amamentação, para que o bebê não sugue sempre o mesmo ponto do mamilo; expor os mamilos ao ar livre, após a mamada, para que cicatrizem mais rápido; aplicar um pouco de leite materno nos mamilos, pois tem ação cicatrizante; usar pomadas à base de lanolina, que hidratam e protegem os mamilos, sem precisar retirar antes da mamada.
Mastite: é a inflamação das mamas, que pode ser causada por uma infecção bacteriana ou por uma obstrução dos ductos de leite. Os sintomas são dor, vermelhidão, calor e inchaço nas mamas, além de febre, calafrios e mal-estar.
O que pode ser feito: procurar um médico para avaliar a necessidade de usar antibióticos ou anti-inflamatórios; continuar amamentando o bebê normalmente, pois o leite não faz mal para ele e ajuda a desobstruir os ductos; massagear as mamas durante a mamada ou a extração do leite, em movimentos circulares, da base para o mamilo; aplicar compressas quentes nas mamas antes da mamada, para facilitar a saída do leite; aplicar compressas frias nas mamas após a mamada, para aliviar o inchaço e a dor.
Baixa produção de leite: é a diminuição da quantidade de leite produzida pelas mamas, que pode ser causada por fatores físicos, como hipotireoidismo, anemia ou uso de certos medicamentos, ou por fatores emocionais, como estresse, ansiedade ou depressão.
O que pode ser feito: amamentar o bebê com frequência e em livre demanda, pois quanto mais ele suga, mais leite é produzido; evitar o uso de bicos artificiais, que podem diminuir o estímulo da sucção do bebê; beber bastante água e outros líquidos, para manter a hidratação e a produção de leite; ter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em nutrientes e calorias; descansar e relaxar sempre que possível, evitando situações de estresse e conflito; buscar apoio emocional e profissional, se necessário; usar plantas medicinais, como erva-doce, funcho ou alfafa, que podem aumentar a produção de leite, sob orientação médica .
Excesso de produção de leite: é o aumento da quantidade de leite produzida pelas mamas, que pode causar desconforto, vazamento, jato forte e engasgo do bebê. Pode ocorrer nos primeiros dias ou semanas após o parto, quando a produção de leite ainda está se ajustando à demanda do bebê, ou em qualquer momento da amamentação, por fatores hormonais ou emocionais.
O que pode ser feito: amamentar o bebê com frequência, mas sem aumentar o número de mamadas; oferecer apenas uma mama por mamada, para que o bebê esvazie bem a mama e receba o leite posterior, que é mais rico em gordura e sacia mais; extrair apenas o suficiente de leite para aliviar o desconforto, sem estimular demais as mamas; usar absorventes ou conchas para coletar o leite que vaza; comprimir as mamas com as mãos ou com uma toalha, se o jato de leite estiver muito forte; colocar o bebê em uma posição mais vertical, para evitar que ele engasgue com o leite .
Pega inadequada do bebê: é quando o bebê não abocanha corretamente a aréola, e sim apenas o mamilo, o que dificulta a saída do leite e pode causar machucados nos mamilos, ingurgitamento, mastite e baixa produção de leite. Pode ocorrer por vários motivos, como prematuridade, anquiloglossia, uso de bicos artificiais, posição inadequada ou dor na boca do bebê.
O que pode ser feito: corrigir a pega do bebê, seguindo as técnicas descritas anteriormente; procurar um profissional de saúde especializado em amamentação, para avaliar e orientar a mãe e o bebê; usar bicos de silicone, se necessário, para proteger os mamilos e facilitar a pega do bebê, mas apenas por um período curto e com supervisão médica.
Recusa do peito pelo bebê: é quando o bebê se recusa a mamar no peito, chorando, empurrando ou virando a cabeça, o que pode causar angústia na mãe e no bebê. Pode ocorrer por vários motivos, como alteração do sabor ou do cheiro do leite, uso de bicos artificiais, dor na boca ou no ouvido do bebê, distração, estresse ou mudança de rotina.
O que pode ser feito: tentar amamentar o bebê em um ambiente calmo, aconchegante e com pouca iluminação; oferecer o peito ao bebê quando ele estiver sonolento ou dormindo; variar as posições de amamentação, para que o bebê se sinta mais confortável; evitar oferecer outros líquidos ou alimentos ao bebê, se ele ainda não tiver 6 meses; extrair o leite e oferecer ao bebê em um copinho ou colher, se ele não aceitar o peito; procurar um profissional de saúde, para avaliar e tratar possíveis causas de dor ou desconforto no bebê.
Conclusão:
A amamentação é uma prática que traz inúmeros benefícios para a mãe e o bebê, mas também pode envolver alguns desafios e dificuldades. Por isso, é importante que a mãe se informe, se prepare e se apoie em fontes confiáveis e qualificadas, para ter uma amamentação bem-sucedida, eficaz e prazerosa. Espero que este artigo tenha sido útil para você.
As dicas compartilhadas têm como objetivo oferecer orientações úteis. No entanto, é vital reconhecer a singularidade de cada caso. Recomendamos fortemente que, ao tomar decisões sobre alimentação, saúde, desenvolvimento e outros temas abordados aqui, consulte sempre um médico. Profissionais de saúde podem oferecer avaliações abrangentes não apenas para o bem-estar do seu filho, mas também para o seu próprio e de toda a família.
Agradecemos a confiança em nós como fonte de informação. Lembre-se, a colaboração com profissionais de saúde é essencial para garantir a melhor qualidade de vida para todos os membros da sua família.
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Fonte:
Como enfrentar os principais desafios da amamentação?
Aleitamento materno: técnica, dificuldades e desafios
Dificuldade durante a amamentação?
Como amamentar corretamente: guia para iniciantes – Tua Saúde
23 dicas para amamentar numa boa – Crescer
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